“O artista assina sobre as obras de outros artistas”

março 24, 2023

Release da exposição individual de Ricardo Ramalho

Nesta exposição com curadoria e texto de Ivi Brasil, Ricardo Ramalho, artista plástico há mais de 20 anos, formado em arte na Faap em 1997, ex-aluno de Nelson Leirner, Dora Longo Bahia e José Spaniol, dentre outros, traz obras inéditas, algumas concebidas há muitos anos e só agora tornadas públicas. Adotando uma compreensão radical do conceito “ready made” o artista assina sobre obras originais de outros artistas de São Paulo, como Bijari e Luciana Costa. Também assina reproduções de Brueghel e posters da marinha italiana, sem autoria conhecida. A exposição individual traz ainda porquinhos de Caruaru folheados “a
ouro” e quadros da série premiada Compositor, onde o público manipula as peças da composição. O conjunto das obras tem algo de autobiográfico ao trazer séries antigas que só agora puderam ser apresentadas e obras de artistas que estão em sua coleção pessoal há muitos anos.


A obra de Ricardo Ramalho discute o vocabulário da linguagem contemporânea, em temas como a liberdade do artista, a reprodutibilidade, obras em série, apropriação e a referência artística. “Na arte contemporânea o artista precisa revelar suas referências inspiradoras, ao assinar obras originais de outros artistas, como se fossem minhas, eu levo minhas referências às últimas consequências”.


Serviço:
Título da exposição: Daquelas Obras Autobiográficas
Artista: Ricardo Ramalho
Curadoria e texto: Ivi Brasil
Vernissage: sábado, dia 4 de março, 2023, das 14h as 18 horas.
Exposiçao até 1 de Abril 2023, visitação das 9 as 19h de segunda a sábado
Endereço: Galeria Vórtice, Edifício Vera, em frente ao CCBB
Rua Álvares Penteado, 87 São Paulo • SP
Instagram da galeria @vorticecultural
http://www.vorticecultural.com
Instagram do artista @ricardoramalhoarte
CV do artista em http://www.ricardoramalhoarte.blogspot.com/
contato artistaramalho@gmail.com

O artista Ricardo Ramalho e a artista Fabiana Mitsui na abertura da exposição.

Zona de Poesia Árida

julho 9, 2016

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Foto Thales Leite. Obra: Esqueleto Coletivo

 

Sobre a exposição apresentada em 2015:

Zona de Poesia Árida apresenta o conjunto de mais de 55 trabalhos de coletivos de arte e ativismo de São Paulo que, no MAR, constituem o Fundo Criatividade Coletiva/Doação Funarte, formado por meio da 6a edição do Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça, iniciativa de grande importância no campo das políticas públicas da cultura deste país.

A coleção evidencia o processo de adensamento curatorial que sublinha a condição do MAR de museu de processos: o Fundo Criatividade Coletiva é um fundamental desdobramento da presença de diversos coletivos e grupos de São Paulo na exposição inaugural O Abrigo e o Terreno, que debateu o direito à cidade e à habitação, além das relações entre público e privado. A produção de artistas, ativistas e integrantes de movimentos sociais é inflexão na história da arte brasileira que demanda ser pensada criticamente. Colecionar, exibir e refletir sobre essa produção faz-se necessário para que suas prementes questões – sociais, estéticas, políticas, econômicas – encontrem ressonância, ampliando seu público e o alcance histórico de suas lutas.

Mais adiante, a incorporação desse conjunto à Coleção MAR dá as bases para a discussão em torno dos processos de publicização e institucionalização da arte – e, de modo geral, das práticas de criação e resistência da sociedade –, debate essencial que exige das instituições uma renovada capacidade de autocrítica. Assim, a pauta da crítica institucional dá mais um importante passo no museu, posta que está desde O Abrigo e o Terreno e avançando por entre exposições como Turvações Estratigráficas – Yuri Firmeza, Eu como Você – Grupo EmpreZa ou o recente Museu do Homem do Nordeste.

Se, como demonstra Zona de Poesia Árida, os anos 2000 instauraram novas práticas, entrecruzando estratégias da arte e do ativismo de modo especialmente intenso, é, enfim, com o desejo de reverberar essa potência de questionamento e invenção que se consolida o Fundo Criatividade Coletiva. Afinal, o Museu de Arte do Rio, como instituição que surge no século XXI –, encarando os desafios colocados pelo atual contexto sociopolítico da cultura, compreende que é parte de suas responsabilidades a contínua ativação desse campo de investigações.

http://www.museudeartedorio.org.br/pt-br/exposicoes/anteriores?exp=2263

 

 

 

 

O homem que se esqueceu da água…

outubro 23, 2014

Aqui apresento a todas e a todos o objeto de arte da minha tese de mestrado no Intituto Arte em Contexto da Universidade das Artes de Berlin (Institut für Kunst im Kontext / Fakultät Bildende Kunst / Universität der Künste / Berlin).

Livro em português:

Livro em alemão:

A capa da tese:

CapaWebP

Sopro

junho 14, 2013

Sopro

Sobre a maioridade penal

abril 23, 2013
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua  -  (Foto: Lilo Clareto/Divulgação)Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Autora de um romance – Uma Duas (LeYa) – e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O avesso da lenda (Artes e Ofícios), A vida que ninguém vê (Arquipélago, Prêmio Jabuti 2007) e O olho da rua – uma repórter em busca da literatura da vida real (Globo).
elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum  
(Foto: Lilo Clareto/ Divulgação)

Eu acredito na indignação. É dela e do espanto que vêm a vontade de construir um mundo que faça mais sentido, um em que se possa viver sem matar ou morrer. Por isso, diante de um assassinato consumado em São Paulo por um adolescente a três dias de completar 18 anos, minha proposta é de nos indignarmos bastante. Não para aumentar o rigor da lei para adolescentes, mas para aumentar nosso rigor ao exigir que a lei seja cumprida pelos governantes que querem aumentar o rigor da lei. Se eu acreditasse por um segundo que aumentar os anos de internação ou reduzir a maioridade penal diminuiria a violência, estaria fazendo campanha neste momento. Mas a realidade mostra que a violência alcança essa proporção porque o Estado falha – e a sociedade se indigna pouco. Ou só se indigna aos espasmos, quando um crime acontece. Se vivemos com essa violência é porque convivemos com pouco espanto e ainda menos indignação com a violência sistemática e cotidiana cometida contra crianças e adolescentes, no descumprimento da Constituição em seus princípios mais básicos. Se tivessem voz, os adolescentes que queremos encarcerar com ainda mais rigor e por mais tempo exigiriam – de nós, como sociedade, e daqueles que nos governam pelo voto – maioridade moral. 

Se é de crime que se trata, vamos falar de crime. E para isso vale a pena citar um documento daFundação Abrinq bastante completo, que reúne os estudos mais recentes sobre o tema. Mais de 8.600 crianças e adolescentes foram assassinados no Brasil em 2010, segundo o Mapa da Violência. Vou repetir: mais de 8.600. Esse número coloca o Brasil na quarta posição entre os 99 países com as maiores taxas de homicídio de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. Em 2012, mais de 120 mil crianças e adolescentes foram vítimas de maus tratos e agressões segundo o relatório dos atendimentos no Disque 100. Deste total de casos, 68% sofreram negligência, 49,20% violência psicológica, 46,70% violência física, 29,20% violência sexual e 8,60% exploração do trabalho infantil. Menos de 3% dos suspeitos de terem cometido violência contra crianças e adolescentes tinham entre 12 e 18 anos incompletos, conforme levantamento feito entre janeiro e agosto de 2011. Quem comete violência contra crianças e adolescentes são os adultos.  

Será que o assassinato de mais de 8.600 crianças e adolescentes e os maus tratos de mais de 120 mil não valem a nossa indignação? 

Diante desse massacre persistente e cotidiano, talvez se pudesse esperar um alto índice de violência por parte de crianças e adolescentes. E a sensação da maioria da população, talvez os mesmos que clamam por redução da maioridade penal, é que há muitos adolescentes assassinos entre nós. É como se aquele que matou Victor Hugo Deppman na noite de 9 de abril fosse legião. Não é. Do total de adolescentes em conflito com a lei em 2011 no Brasil, 8,4% cometeram homicídios. A maioria dos delitos é roubo, seguido por tráfico. Quase metade do total de adolescentes infratores realizaram o primeiro ato infracional entre os 15 e os 17 anos, conforme uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). E, adivinhe: a maioria abandonou a escola (ou foi abandonado por ela) aos 14 anos, entre a quinta e a sexta séries. E quase 90% não completou o ensino fundamental.  

Será que não há algo para pensar aí, uma relação explícita? Não são a escola – como lugar concreto e simbólico – e a educação – como garantia de acesso ao conhecimento, a um desejo que vá além do consumo e também a formas não violentas de se relacionar com o outro – os principais espaços de dignidade, desenvolvimento e inclusão na infância e na adolescência?  

É demagogia fazer relação entre educação e violência, como querem alguns? Mas será que é aí que está a demagogia? É sério mesmo que a maioria da população de São Paulo acredita que tenha mais efeito reduzir a maioridade penal em vez de pressionar o Estado – em todos os níveis – a cumprir com sua obrigação constitucional de garantir educação de qualidade?

Não encontro argumentos que me convençam de que a redução da maioridade penal vá reduzir a violência. E encontro muitos argumentos que me convencem de que a violência está relacionada ao que acontece com a escola no Brasil. A começar pelo recado que se dá a crianças e adolescentes quando os professores são pagos com um salário indigno.   Aqueles que escolhem (e eles são cada vez menos) uma das profissões mais importantes e estratégicas para o país se tornam, de imediato, desvalorizados ensinando (ou não ensinando) outros desvalorizados. Será que essa violência – brutal de várias maneiras – não tem nenhuma relação com a outra que tanto nos indigna?  

Teríamos mais esperança de mudança real se, diante de um crime bárbaro, praticado por um adolescente a três dias de completar 18 anos, o povo fosse às ruas exigir que crianças e jovens sejam educados – em vez de bradar que sejam enjaulados mais cedo ou com mais rigor nas prisões que tão bem conhecemos. Vale a pena pensar, e com bastante atenção: a quem isso serve?   

É uma mentira dizer que os adolescentes não são responsabilizados pelos atos que cometem. O tão atacado Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a responsabilização, sim. Inclusive com privação de liberdade, algo tremendo nessa faixa etária. Mas, de novo, o Estado não cumpre a lei. Numa pesquisa realizada pelo CNJ, apenas em 5% de quase 15 mil processos de adolescentes infratores havia informações sobre o Plano Individual de Atendimento (PIA), que permitiria que a medida socioeducativa funcionasse como possibilidade de mudança e desenvolvimento.   

Alguém pensa em se indignar contra isso?  

Se você se alinha àqueles que querem que os adolescentes sejam encarcerados, torturados e sexualmente violados para pagar pelos seus crimes, pode se alegrar. É o que acontece na prática numa parcela significativa das instituições que deveriam dar exemplo de cumprimento da lei e oferecer as condições para que esses adolescentes mudassem o curso da sua história, como mostrou uma reportagem do Fantástico feita por Marcelo Canellas, Wálter Nunes e Luiz Quilião. Segundo a pesquisa do CNJ já citada, em 34 instituições brasileiras, pelo menos um adolescente foi abusado sexualmente nos últimos 12 meses, em 19 há registros de mortes de jovens sob a tutela do Estado, e 28% dos entrevistados disseram ter sofrido agressões físicas dos funcionários. Sem contar que, em 11 estados, as instituições operam acima da sua capacidade.  

Será que a perpetuação da violência juvenil decorre da falta de rigor da lei ou do fato de que parte das instituições de adolescentes funciona na prática como um campo de concentração? Antes de tentar mudar a lei, não seria mais racional cumpri-la?

É o que o bom senso parece apontar. Mas é previsível que, num ano pré-eleitoral e com 93% dos paulistanos a favor da redução da maioridade penal, segundo pesquisa do Datafolha, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) prefira enviar ao Congresso um projeto para alterar o ECA, passando o período máximo de internação dos atuais 3 anos para 8 anos em casos de crimes hediondos. Uma medida tida como enérgica e rápida, num momento em que o Estado de São Paulo sofre com o que o próprio vice-governador, Afif Domingos (PSD), definiu como “epidemia de insegurança” – situação que não tem colaborado para aumentar a popularidade do atual governo.  

Vale a pena registrar ainda que o número de crimes contra a pessoa cometidos por adolescentes diminuiu – e não aumentou, como alguns querem fazer parecer. Segundo dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, entre 2002 e 2011 os casos de homicídio apresentaram uma redução de 14,9% para 8,4%; os de latrocínio (roubo seguido de morte), de 5,5% para 1,9%; e os de estupro, de 3,3% para 1%. Vale a pena também dar a dimensão real do problema: da população total dos adolescentes brasileiros, apenas 0,09% cumprem medidas socioeducativas como infratores. Vou repetir: 0,09%. E a maioria deles cometeram crimes contra o patrimônio. 

É claro que, se alguém acredita que os crimes cometidos pelos adolescentes não têm nenhuma relação com as condições concretas em que vivem esses adolescentes, assim como nenhuma relação com as condições concretas em que cumprem as medidas socioeducativas, faz sentido acreditar que se trata apenas de “vocação para o mal”. Entre os muitos problemas desse raciocínio que parece afetar o senso comum está o fato de que a maioria dos adolescentes infratores é formada por pretos, pardos e pobres. (São também os que mais morrem e sofrem todo o tipo de violência no Brasil.) Essa espécie de “marca da maldade” teria então cor e estrato social? Nesse caso, em vez de melhorar a educação e as condições concretas de vida, a única medida preventiva possível para quem defende tal crença seria enjaular ao nascer – ou nem deixar nascer. Alguém se lembra de ter visto esse tipo de tese em algum momento histórico? Percebe para onde isso leva? 

Há que ter muito cuidado com o que se deseja – e com o que se defende. Assim como muito cuidado em não permitir que manipulem nossa indignação e nossa aspiração por um mundo em que se possa viver sem matar ou morrer.  

Se eu estivesse no lugar dos pais de Victor Hugo Deppman, talvez, neste momento de dor impossível, eu defendesse o aumento do número de anos de internação, assim como a redução da maioridade penal. Não há como alcançar a dor de perder um filho – e de perdê-lo com tal brutalidade. Diante de um crime bárbaro, qualquer crime bárbaro e não apenas o que motivou o atual debate, os parentes da vítima podem até desejar vingança. É uma prerrogativa do indivíduo, daqueles que sofrem o martírio e estão sob impacto dele. Mas o Estado não tem essa prerrogativa.

O indivíduo pode desejar vingança em seu íntimo, o Estado não pode ser vingativo em seus atos. Do Estado se espera que leve adiante o processo civilizatório, as conquistas de direitos humanos tão duramente conquistadas. E, como sociedade, nossa maturidade se mostra pelo conteúdo que damos à nossa indignação. É nas horas críticas que mostramos se estamos ou não à altura da nossa época – e de nossas melhores aspirações.

De minha parte, sempre me surpreendi não com a violência cometida por adolescentes – mas que não seja maior do que é, dado o nível de violência em que vive uma parcela da juventude brasileira, a parcela que morre bem mais do que mata. E só testemunhei a sociedade brasileira olhar de verdade – olhar para ver essa realidade – uma única vez: quando o Brasil assistiu, em horário nobre do domingo, ao documentário Falcão – Meninos do tráfico. É um bom momento para revê-lo.

Sabe por que a violência praticada por adolescentes não é maior do que é? Por causa de seus pais – e especialmente de suas mães. A maioria delas trabalha dura e honestamente, muitas como empregadas domésticas, cuidando da casa e dos filhos das outras. Contra tudo e contra todos, numa luta solitária e sem apoio, elas se viram do avesso para garantir um futuro para seus filhos. O extraordinário é que, apesar de sua enorme solidão, sem amparo e com falta de tudo, a maioria consegue. Àquelas que fracassam cabe a dor que não tem nome, a mesma dor impossível que vive a mãe de Victor Hugo Deppman: enterrar um filho.

Em 2006, espantada com uma geração de brasileiros, a maioria negros e pobres, cuja expectativa de vida era 20 anos, andei pelo país atrás dessas mulheres. Elas respiravam, mas não sei se estavam vivas. Lembro especialmente uma, a lavadeira Enilda, de Fortaleza. Quando o primeiro filho foi assassinado pela polícia, ela estava com as prestações do caixão atrasada. O pai do menino tinha ganhado um dinheiro fazendo pão e, em meio à enormidade da sua dor, eles correram para regularizar o pagamento. Quando conversei com ela, Enilda pagava as prestações do caixão do segundo filho. O garoto ainda estava vivo, mas em absoluta impotência, essa mãe tinha certeza de que o filho morreria em breve. Diante da minha perplexidade, Enilda me explicou que se precavia porque testemunhava muitas mães nas redondezas pedindo esmola para enterrar os filhos – e ela não queria essa humilhação. Enilda dizia: “Meu filho vai morrer honestamente”.

Nunca alcancei essa dor, que era não apenas de enterrar um filho, mas também de comprar caixão para filho vivo, o único ato de potência de uma mulher que perdera tudo. Enilda vivia numa situação de precariedade quase absoluta, tentando trancar nas peças apertadas da casa os filhos que restavam, num calor infernal, para que não fossem às ruas e se viciassem em crack. É claro que perdia todas as suas batalhas. A certeza de ser honesta era, para ela, toda a sanidade possível. (leia aqui).

O que podemos dizer a mulheres como Enilda? Que agora podem ficar tranquilas porque o país voltou a discutir a redução da maioridade penal e o aumento do período de internação? Que é por falta de cadeia logo cedo que seus filhos vendiam e consumiam drogas, roubavam e foram assassinados? Que, ao saber que podem ir presos aos 16 em vez dos 18 anos, seus filhos ainda vivos aceitarão as péssimas condições de vida e levarão uma existência em que não trafiquem, roubem nem sejam mortos? Que é disso que se trata? Quando o primeiro filho de Enilda foi executado, ele tinha 20 anos – e já tinha passado por instituições para adolescentes e pela prisão.

Antes de tornar-se algoz, a maioria das crianças e adolescentes que infringiram a lei foi vítima. E ninguém responde por isso.

Não há educação sem responsabilização. É por compreender isso que o ECA prevê medidas socioeducativas. Mas, quando a solução apresentada é aumentar o rigor da lei – e/ou reduzir a maioridade penal –, pretende-se dar a impressão à sociedade que os adolescentes não são responsabilizados ao cometer um crime. Essa, me parece, é a falsa questão, que só empurra o problema para a frente. A questão, de fato, é que nem o Estado, nem a sociedade, se responsabilizam o suficiente pela nova geração de brasileiros.

Educa-se também pelo exemplo. Neste caso, governantes e parlamentares poderiam demonstrar que têm maioridade moral cumprindo e fazendo cumprir a lei cujo rigor (alguns) querem aumentar. 

 (Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

 

contra a aprovação da ADI 3239 no Supremo Tribunal Federal

abril 18, 2012

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N23370

 

” A tarde desta quarta-feira, 18 de abril, promete ser um novo marco na história de luta dos afro-brasileiros. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão julgar na sessão plenária que começa, a partir das 14h, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3239. … a ADI contesta o Decreto nº 4.887/03, que regulamenta o procedimento de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas.

O presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Eloi Ferreira de Araujo, defende a constitucionalidade do decreto 4.887/03 e afirma que o mesmo é uma ação de reparação à população negra brasileira.  ”Quando o Estado brasileiro inicia a adoção de políticas voltadas à população negra setores inconformados judicializam essa iniciativa . É o caso do direito constitucional às terras quilombolas e também das políticas de cotas para jovens negros e negras nas universidades. A nação brasileira, em especial, a população negra espera que seus direitos sejam assegurados”, afirma.” http://www.palmares.gov.br/?p=19190

Não foi acidente!

março 6, 2012

Mais uma cicloativista é morta na Avenida Paulista.

Meus sentimentos a Juliana Dias.

Como podemos aceitar que nossos motoristas se comportem como potenciais assassinos, ameaçando a vida dos outros diariamente?! Ela foi agredida por um motorista de ônibus e depois por um carro e por último atropelada por outro ônibus. Nós temos que mudar!

http://pedalverde.wordpress.com/

 

PM de São Paulo ilegal no Pinheirinho

janeiro 22, 2012

A PM de São Paulo ao comando de Geraldo Alckmin ignora decisão do Tribunal Regional Federal, prendeu o Senador Eduardo Suplicy, o Deputado Federal Ivan Valente, e o militante sindical Zé Maria e invadiu o Pinheirinho.

http://virusplanetario.net/2012/01/22/policia-invade-bairro-do-pinheirinho-e-promove-massacre-dos-cidadaos/

Veja como a imprensa de rabo preso tenta mascarar a informação:

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/pm-cumpre-reintegracao-de-posse-em-sao-jose-dos-campos/n1597591441505.html

Lê-se no inicio:

“PM cumpre reintegração de posse em São José dos Campos”

como se a ação fosse legítima…

e bem mais no final:

“Em seu perfil no Twitter, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) condenou a operação da Polícia Militar. “O que está acontecendo em Pinheirinho é muito grave. É desobediência à ordem judicial. OAB-SP e OAB nacional estão agindo”, escreveu.”

 

Espaço Protegido

outubro 30, 2011

http://tetotodoseu.wordpress.com/artistas/luciana-costa/

O santuário não se move!

outubro 17, 2011